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quinta-feira, janeiro 18, 2007

Gênesis - O início sem expectativa de meio e com a certeza de um fim.


Relutei em criar um espaço on-line onde poderia publicar meus pensamentos, por falar em pensamentos, eu essa minha idéia de querer ser diferente, analisando melhor percebi que existe tanta coisa que eu faço igual a massa, nossa, tanta mesmo! E deixando de fazer eu não vou estar inserido numa "massa" que não tem acesso? Ou aqueles que ojerizam a idéia de ter um diário on-line? Enfim... Fiz! Aqui está! Mas confesso que pensei em desisti quando tive que nomear o blog, tantos nomes na minha cabeça e nenhum deles serviam, alguém já tinha usado. Voltamos a questão de não ser igual a ninguém. Olha como a gente sempre complica demais! E assim fui me complicando... "Na penumbra, caixa preta, cachola, tomada, de bruços, (recorri aos nomes dos espetáculos que já fiz.) mequetrefe, emaranhados,tagarelando,Faz-me- rir, etc..." Não adianta complicar qualquer coisa eu ponho um nome simples, isso! Vai ser ROSCENO e pronto! Pronto? Será que não vai aparecer uma janelinha, escrito: ERRO!?


Bom, aqui está o ROSCENO!

O que é Rosceno?

Respondo: Rosceno é o meu sobrenome, o sobrenome que escolhi pra mim, não que eu não goste de Wanderson Neponuceno Rosa, tudo bem que eles me deram um pouco de trabalho na infância, Neponuceno pela pronúncia, pois ninguém sabia pronunciá-lo corretamente, saía; repolhoceno, napunuceno, as formas mais esquisitas de se pronunciar NEPONUCENO, e assim que cresci um pouco descobri que meu sobrenome está errado! Sério! Na ora de me registrarem trocaram o "M" por "N", na realidade minha família toda se chama NepoMuceno, fiquei me achando estranho... não era mais um deles, bem na verdade acho que nunca fui, mas o destino quis assim, mas isso é uma outra estória... Vamos ao outro sobrenome, Rosa, ai esse me dava vergonha de dizê-lo, era uma zoação só quando era dito: Hum, rosa? Rosinha! Rosinha! Coisa de criança, deles e minha, afinal o que é um nome? Muita coisa quando se está falando de uma carreira artística, por isso resolvi criar meu nome artístico. Primeiro tirei o W do Wanderson, ficando assim Anderson, mas desisti assim que percebi que perdi minha identidade, Wanderson o que? Rosa? Nepomuceno? Optei por fazer aquela brincadeira de juntar os dois nomes, assim surgiu Wanderson Rosceno. Meus amigos, muitos gostaram e muitos não, mas com o tempo passaram a se acostumar, foi daí que tirei uma grande lição, você é que faz as coisas acontecerem, se você acredita, com força, isso faz com que as pessoas também acreditem, podemos perceber isso nas diversas religiões que nasceram com a civilização, alguém acreditou muito que convenceu os outros a também acreditarem.


Fiquem a vontade!

O Resultado de tudo é tudo, de pouco é pouco e de nada é nada.


Infelizmente só quando fracassamos que percebemos que estamos ficando para trás, quanto tempo perdido, quantos livros não lidos, quanta falta de sensibilidade, quanta preguiça, quanto desleixo. Descobri que tenho que todos os dias que acordar e dizer pra mim mesmo os meus sonhos, os desejos, objetivar o meu dia e assim poder colher os frutos futuros, tenho que me lembrar de escrever o que sinto para um dia ler e vê o quanto minha alma se expandiu. Estou me sentindo vazio, como num pesadelo em que me encontro sozinho, procuro pelas pessoas que amo e todas me desconhecem, nessa hora você põe em questão toda sua luta e o que te deixou ser assim, um parasita.
Somos sonhadores, criamos expectativas, planos, nesses sonhos não somamos o suor, as dores de cabeça, os momentos de diversão perdidos, é assim que é a vida. Vamos pôr os espinhos na roseira, que no sonho não sangra...

Sinto o nó que empurra as lágrimas da garganta para os olhos...

Mas eu pago, e um dia ganho um troco do futuro.
(Wanderson Rosceno)



Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA.