Infelizmente só quando fracassamos que percebemos que estamos ficando para trás, quanto tempo perdido, quantos livros não lidos, quanta falta de sensibilidade, quanta preguiça, quanto desleixo. Descobri que tenho que todos os dias que acordar e dizer pra mim mesmo os meus sonhos, os desejos, objetivar o meu dia e assim poder colher os frutos futuros, tenho que me lembrar de escrever o que sinto para um dia ler e vê o quanto minha alma se expandiu. Estou me sentindo vazio, como num pesadelo em que me encontro sozinho, procuro pelas pessoas que amo e todas me desconhecem, nessa hora você põe em questão toda sua luta e o que te deixou ser assim, um parasita.
Somos sonhadores, criamos expectativas, planos, nesses sonhos não somamos o suor, as dores de cabeça, os momentos de diversão perdidos, é assim que é a vida. Vamos pôr os espinhos na roseira, que no sonho não sangra...
Sinto o nó que empurra as lágrimas da garganta para os olhos...
Mas eu pago, e um dia ganho um troco do futuro.
(Wanderson Rosceno)
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA.
2 comentários:
oieeeeeee kkkkkkk só pra testar se funciona mesmo...
pra testar novamente!
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